
Em alusão ao Dia da Abolição da Escravatura, celebrado em 13 de maio, a Prefeitura de Lauro de Freitas, por meio das secretarias municipais da Mulher, Políticas Afirmativas, Direitos Humanos e Promoção da Igualdade Racial (SEMPADHIR) e de Educação (SEMED), realizou um evento com o objetivo de conscientizar estudantes sobre os impactos históricos da escravidão e a continuidade da luta por igualdade racial no Brasil. Com o tema “Lutas e Resistências”, a iniciativa aconteceu na Escola Esfinge, localizada em Areia Branca.
A ação, organizada pela Superintendência de Promoção da Igualdade Racial, incluiu uma palestra temática e a exibição do filme Levante do Joanes, produzido por alunos da Rede Pública Municipal de Ensino. De acordo com a SEMPADHIR, a iniciativa buscou promover um momento de reflexão e fortalecimento da equidade, por meio de ações simbólicas e educativas que valorizam a memória, as resistências e as conquistas do povo negro.
A Escola Esfinge está situada em uma área quilombola, marcada pela trajetória de pessoas que sobreviveram e resistiram à escravidão. Para a professora Isis Carla Costa Santos, a iniciativa da SEMPADHIR ganha ainda mais relevância por resgatar a cultura e a história local. “Esse movimento valoriza nosso patrimônio cultural, o ambiente e todos os fatos históricos que marcaram nosso povo”, destacou.
Ela ressaltou ainda a importância de desconstruir narrativas coloniais. “Fomos acostumados a enxergar a colonização europeia de forma idealizada, enquanto a opressão aos negros era minimizada. Com essa ação intersetorial, temos a chance de revelar às crianças as lutas que ficaram ocultas por séculos”, explicou.
A ação promove aprendizado e representatividade. Maria Clara Saturnino Santos, de 9 anos, compartilhou o que absorveu da atividade. “Vou contar aos meus pais e a outras pessoas tudo o que aprendi hoje. Todos precisam conhecer a história do povo negro e suas batalhas por direitos. Somos iguais e merecemos o mesmo respeito”, disse a aluna.
Para Vitor Valmor, superintendente de Promoção da Igualdade Racial, é de suma importância discutir a diáspora africana nas escolas. “Neste primeiro encontro, traçamos um panorama histórico até a Lei Áurea, abordando as resistências anteriores à abolição, com uma metodologia adaptada à faixa etária dos alunos. Também tivemos a exibição do filme, produzido por estudantes da rede pública na Escola Municipal Ana Lúcia Magalhães, que enriqueceu o debate”. Ele classificou o momento como “divertido, educativo e simbolicamente potente, especialmente por ocorrer em uma região de forte herança afro-brasileira.”
Além do debate, o evento celebrou os saberes tradicionais negros, como música, capoeira, culinária e manifestações, reforçando a diversidade como pilar da identidade local.